quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

O efeito BOOMERANG ;)

OU What goes around comes around! OU ainda: Cá se fazem cá se pagam!

Este tipo de know how devia simplesmente existir em cada ser humano, tal como o ar que respiramos: é gratis e precisamos dele para viver!

Quando conheço alguem que me pergunta qual o meu signo eu respondo que sou escorpião ascendente escorpião (nem sei o que quer dizer ascendente em linguagem de signos, mas sei que sou isso, seja lá o que 'isso' for) e reparo que há sempre um reação mais marcada ao meu signo, do que aos outros signos. É comum haver uma reacção do genero 'hummmm tu és daquelas vingativas...' há uma mistura de curiosidade e receio: afinal é do senso comum que o escorpião tem uma natureza vingativa. Eu até acho piada as pessoas olharem para mim com aquele olhar de 'será que ela é vingativa?' e depois isto dá sempre pano para mangas....

Não me considero uma pessoa vingativa, essa característica do escorpião em mim não se aplica... massssss nem sempre fui assim.... quando era mais nova achava-me altamente vingativa, era essa a noção que tinha de mim, e como não agia nesse sentido (de vingança) acalmava a minha 'falsa' identidade com pensamentos do genero «a vingança é um prato que se come frio» e lá se iam passando dias, semanas e meses até que me esquecia da razão que me motivou para a tal vingança.... e com o passar do tempo as coisas parecem menos importantes, e o sentimento mau de vingança desvanece.... até que me apercebi que eu não era o tipico escorpião, não era nada vingativa, I couldn't hold a grudge, sobretudo porque me esquecia, porque a minha memória selectiva não guardava nenhuma informação no meu cerebro que implicasse o resentimento relativamente a alguém; bom sem magoa e sem resentimento não pode haver vingança.... tive um choque, foi brutal pois tive uma 'crise de identidade' e comecei a perceber que afinal não me conhecia tão bem quanto pensava, assustei-me: afinal who am I???

Fui fazer psicanalise, sim isso mesmo: eu deitada num divã, a desbobinar o que me passasse pela cabeça a um psicanalista «freudiano» a quem pagava para me ouvir.... fui com o objectivo de me conhecer... parece meio estupido: pagar a alguém para te ouvir para que TU concluas quem TU és.... fónix.... parece facil... pois é, mas não é.... tive lá 3 anos: give or take cerca de 300 sessões de 60 minutos: 18 mil minutos de psicanalise, parece muito... pois é, mas não é.... deixei de ir porque passei a ter outras prioridades e não por considerar que já me conhecia.

Acontece que somehow, nestes 18 mil minutos de trabalho (sim foi mesmo trabalhoso) consegui conhecer-me melhor. Uma das coisas que percebi é que o tal 'efeito boomerang' que devia exsitir em cada ser humano, sempre existiu em mim: nasci assim, fazer o quê??? Então o que percebi (que foi life changing) é que tudo que fazemos de bom ou de mal volta para nós. Parece uma conclusão obvia, mas não é... porque como em tudo na vida, é necessário perceber como funciona este 'efeito boomerang' e não é assim tão obvio:

These are the rules:

1. Não se pode estar à espera.
2. Não se pode ignorar, tem que se agir.

Não se pode agir bem só pela espera de recompensa futura (age-se bem porque sim, mas não para esperarmos o bem de volta para nós). Se eu dou um presente a uma amiga, não posso ficar à espera que ela me dê um a mim também: it doesn't work that way... eu dou porque gosto de dar. A ideia é a pessoa dar (ou agir/ou ajudar) sem esperar nada de volta, mas que seja genuino pois só se for genuino é que volta para nós (através doutras mãos, de outras pessoas, de outras formas) e volta para nós na proporção que nós demos e equivalente ao bem que praticamos; ou seja eu dou uma esmola de 5 euros a um pobrezinho, não significa que me vão dar a mim 5 euros um dia, apenas sei que o valor que os 5 euros representa para o pobrezinho virá para mim um dia, ou nesta vida ou noutra tanto faz, e poderá vir sob outra forma que não em seja dinheiro mas que equilave ao valor que esses 5 euros teve para o pedinte. You see my point?

Outra regra é não se pode ignorar o que nos é oferecido: se a vida nos dá limões TEMOS que agarrar neles e fazer limonada... não vale a pena ficarmos à espera das laranjas (ou do vodka) se a vida te dá (de mão beijada) os limões agarra neles e faz qualquer coisa deles enquanto estiverem maduros.... Se a pessoa ignorar o universo deixa de dar! É como em tudo: se eu ofereço todos os dias um café a uma colega e ela nunca aceita eu às tantas deixo de oferecer... Se o universo te dá, agarra, faz qualquer coisa...

Finalmente a vingança não faz sentido porque o efeito boomerang funciona para o bem ou para o mal: se eu magoar alguém (propositadamente) vou ter a mesma magoa someday. Pode vir de outra forma de outra pessoa, ou de outra situação mas irei sentir a mesma magoa na mesma proporção e equivalente ao que provoquei na outra pessoa.

É lógico que a pessoa tem de estar consciente: se eu magoar inconscientemente outra vou ter sinais que não posso ignorar para passar a estar consciente do que fiz, neste sentido é sempre preciso agir, não vale pensar «ok, magoei a pessoa X há 10 anos e só hj tenho consciencia disso, já não vale a pena fazer nada...» vale sempre a pena, desde que ajamos genuinamente sobre a nossa consciencia.

É isso.... tive que reler para ver se fazia sentido...

Keep smiling ;)

1 comentário:

Cristina Rodo disse...

Bem... relativamente a este não tenho grandes comentários, concordo com tudo o que dizes e não tenho nada a acrescentar...
Talvez só o conselho de irem investigar o conceito de "Pay it forward" que é interessante... ;)